Rápido demais.

Já não tenho a minima noção de como dirigir umas quantas palavras contidas de sentimento verdadeiro a um indivíduo que nunca teve a oportunidade de me ler entre linhas e entrelinhas de profundos desvaneios. Não sei se me hei-de digirir formalmente, afinal de contas a oportunidade que nos foi concebida para nos tentarmos conhecer foi-nos retirada rapida e bruscamente. Mas, como ainda me conseguiste confessar o quanto tu e o teu desconhecido coração gostavam de partilhar umas quantas palavras de conforto e amizade comigo, eu irei falar-te sem tons e palavras excessivamente formais e inadequados. Caíste de pára-quedas diante dos meus olhos e refugiaste-te de rompante na minha vida. Tentamos descobrir e desvendar as caracteristicas predominantes de cada um. Usufruímos das qualidades e defeitos de ambos e tentamos a todo o custo manter uma relação minimamente favoravél aos nossos pensamentos e ideais. Sim, porque desde o principio que percebemos que possuíamos traços bem distintos. Se queres que te seja sincera, só este pequeno pormenor aumentou o meu interesse em te tentar descobrir entre diversas atitudes e palavras soltadas no ar. Sei que continhas em ti um brilho que me chamava e me levava natural e eficazmente até ti. Prendeste-me com cada palavra proferida, cada sorriso soltado, cada gesto manifestado e atitude tomada, e eu já tinha saudades de me sentir assim: fascinada. Nunca te disse todos os efeitos que em tão pouco conseguiste provocar em mim, nunca te dei a entender tais sintomas e resultados. O destino não me deixou saborear da melhor forma todo o bem-estar que mesmo sem saberes, me estavas a proporcionar. Não deixou e levou-te de mim num ápice e sem deixar desculpar-me. Não percebeste o meu acto e quiseste dar por terminado o que estavamos a tentar construir. Deste-lhe um fim e foste-te embora. Lamento e desespero por ter-te perdido assim. Queria ter saboreado muito mais. Tenho a certeza que ainda tinhas muito mais para me dar a provar.